Em 2013, Mônica, aos 57 anos, chegou à minha consulta encaminhada pelo ortopedista.
A menopausa havia chegado e se instalado, atividade física não era prática regular, os exames da mama há muito não eram realizados, queixava-se de muitas dores na coluna.
O ortopedista, atento, solicitou uma ressonância e biópsia da coluna lombar. O que parecia uma queixa comum na menopausa, revelou-se um susto. O que ele viu no exame tinha nome e sobrenome: Mestástase de câncer de mama.
Solicitou-se então a mamografia, a ultrassonografia e a ressonância das mamas.
Nada no exame físico chamava a atenção. Mas as imagens revelavam um nódulo de 0,9 cm nos quadrantes laterais da mama esquerda.
Mais uma biópsia e a confirmação, a lesão estava na mama e na coluna.
O desespero no olhar de Mônica era palpável. “Dra. eu não quero morrer.”
Minha resposta foi clara: “Mônica, farei tudo que estiver ao meu alcance para que você fique bem.”
10 anos se passaram, é incrível testemunhar a angústia ceder lugar à serenidade no olhar de quem percebe que é sim possível observar o corpo responder aos tratamentos.
Observar que aqueles exames, antes assustadores, hoje trazem boas notícias, notícias de remissão de lesões outrora identificadas.