Há dois anos eu conheci uma menina leve, com o sorriso no rosto, voz mansa e calma. “Ana” 26 anos.
Tinha um nódulo extremamente volumoso, que destoava do corpo franzino.
Fizemos a biópsia e graças a Deus era um tumor benigno, mas de crescimento muito rápido que tomava toda a extensão da mama.
Fiquei muito resistente em retirar a mama daquela menina, tão jovem, ainda mais por um tumor benigno. Pensei, conversei muito com ela, decidimos juntas que iríamos tentar!
Eu não costumo fugir das adversidades que a vida me apresenta. Apesar da cirurgia difícil, consegui retirar toda a lesão, preservando sua mama.
Ela ficou muito satisfeita, com o conforto e a estética restabelecidos, mas estava ciente que dentro em breve poderia ser necessária uma nova cirurgia.
E assim foi, mais três cirurgias pela frente. Tudo dentro do esperado.
Eis que no retorno da minha licença maternidade recebo a notícia que aqueles tumores que teimavam em aparecer tinha se tornado um tumor maligno, de crescimento extremamente rápido.
Eu tinha que agir logo, operar da forma mais assertiva possível. Só assim seria possível contornar aquele problema.
Neste momento a estética não era mais meu foco, deixara de ser importante, neste momento mantê-la viva era meu objetivo.
Chamei sua mãe, e numa das conversas mais difíceis que já tive na vida, eu expliquei, eu desenhei, eu ouvi, eu acolhi e deixei claro para aquela mãe, que tudo que estivesse ao meu alcance seria feito para que a filha dela saísse bem.
Uma equipe cirúrgica determinada, preparada, dedicada a fazer dar certo, uma equipe de patologistas empenhados em decifrar um caso difícil, uma equipe de enfermagem, de UTI, todos disponíveis e se doando para que esta mãe pudesse ter sua filha de volta sã e salva.
E assim foi: ao final de uma cirurgia dificílima, tensa, meticulosa. Eu pude dizer àquela mãe que estava tudo bem.
A resposta que ela me deu: Dra. Obrigada por trazer meu coração de volta para o corpo.
O caso acabou aqui? Não, há muito chão pela frente. Mas com certeza uma batalha foi vencida, com louvor! É assim que devemos seguir, recebendo as adversidades, encarando-as de frente e seguindo até o próximo passo.
O que eu aprendi com tudo isso?
Quem tem fé vive muito melhor.
Não importa quão difícil seja a situação, explicar, acolher, informar acalma.
O que eu posso te prometer? Que minha dedicação será absoluta! E que você nunca estará só!
Deus é bom o tempo inteiro!
Ai de mim se não fosse Ele!